quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Solidão II

Por vezes aterro numa outra dimensão. Vejo uma mulher ressequida, magra, de aspecto duro. Essa mulher lembra-me uma jarra de barro tosca, quebrada na borda e já a perder a tinta.
Cabelos desalinhados, olhos vazios e tristes, como se lhe tivessem levado parte da alma, cigarro na mão, escape do coração cinzento.
Uma mulher a tentar encontrar nas palavras, desesperadamente, o sentido que lhe haviam garantido que a vida tinha, afinal.
Mas por mais letras que juntasse nenhum sentido emergia.

Sentia-se só… tinha acreditado mais nas palavras do que nas gentes, mas as palavras devolviam-lhe a solidão e a desconexão como um espelho.

1 comentário:

Anónimo disse...

bem, mas quem foi que disse à senhora que a vida tinha sentido??
loool tolice..

mas presumo que também não podemos desiludir as criancinhas à partida.. não lhes podemos dizer que a vida não é cor-de-rosa, que não serão Barbies, que não terão tudo o que querem.. não lhes podemos dizer que a vida não é simples e que não há muitas respostas..

o chato é que crescemos e damos de caras com a verdade.. e crescer é duro, mesmo se em criança suspeitámos que a vida não era tão cheia de arco-íris como aqueles que desenhámos...

bem, que discurso loool mas pronto.. é defeito das meninas d literatura :P

bjinhos e parabéns por dizeres as coisas de maneira mais bonita e menos óbvia do que eu :p loooool