quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Tecto negro














Vim do vácuo,
Da escuridão,
Que as estrelas iluminam
De negro.

Vim de um sítio
Onde nunca soube
E aonde não voltarei
Porque deixei passar
O cometa que me trouxe.

Não conheço o mundo
Em que me vou afundando
Não sei o que faço
Nem o que faça.
Sinto-me estranha
E incrivelmente sólida
Na fluidez do tempo e do espaço.

Não me reconheço
Nos rostos que me olham
Nem no espelho.

Mas sei que
À noite,
Quando durmo,
Ficamos todos unidos
Pelo mesmo tecto negro
Onde as nossas alegrias cintilam
E os medos escorrem
Como estrelas cadentes.
Afinal,
Somos todos estrangeiros
No mundo em que vivemos.

2 comentários:

Anónimo disse...

Sera que as editoras estao atentas a esta escritora, q com a sua simplicidade... consegue fazer para além do comum dos intelectos? Abram os olhos!!! ;)

Anónimo disse...

eu sabia que esta moça era de outro mundo :p eheheh

muito bom.. a menina usa recursos estilísticos bem bonitinhos que sempre dão alegria a um tema um niquinho lúgrebe looool

mas o lado negro, o lado lunar é sempre interessante, por isso continua o bom trabalho ;)

bjinhos***